segunda-feira, novembro 07, 2005


Se esqueço que me calo e que ouço tanto silêncio, adormeço nessa fala que me diz mais do que lhe peço. Padeço dessa língua a que os Deuses deram vida e agora me enfeitiça num canto breve de harmoniosos silêncios e audazes transparências.
É de fome o espaço que se estende entre os dois.
E aos breves momentos de fala se substitui a vontade, que nos envergonha, e sem que uma ordem nos peça, se serpenteia e nos prova que ali se nasce. Deixa-te ficar. Fica por perto ainda que seja por mais um silêncio. Mas que seja esse, na ausência do que lhe peço, aquele que mais me conforta e no qual com saudosos sons te adormeço.

Sem comentários: