quinta-feira, janeiro 17, 2008

Moribundo

Hoje, outra vez,
Trocava o peito pelo despeito
Por que me dói e não me ajeito
Nesta farpa que tu não vês.
Conto os dias – já dezenas,
Em que o lume é labareda
De que de tudo se alimenta
E que me apaga a lucidez.
Fui já outro que não conheço,
E se me recordo logo me esqueço,
Porque o fogo queima outra vez.
Ardem-me as vísceras – as entranhas,
E nem com dúzias de artimanhas
Das ciências mais polidas
Me arrefecem as feridas
Que adormecem de quando em vez.
Mas hoje, outra vez,
Iludido pela esperança
Anseio pela mudança
Que me arranque deste arnês.

HOJE VOU DORMIR CONTIGO, PRINCESA.