segunda-feira, agosto 21, 2006

Foi quem?

Quem é que um dia te disse que havias de mudar? Quem corrigiu o diário que afogavas de sal e dedos? Tiveste tantas vidas…e foste tão grande que não te cabias em mim. Quem te disse que podias deitar-te em preguiças e esperar, outra vez, nascer?
Sei mais de ti que eles de nós! Até porque pisei as pedras e afinei os atonais cantos que vergonhosamente prometias fazer. E quem te apertou as mãos? E quem te cobriu de desastrosos sinais de afecto?
Não, não são apenas os brandos e escondidos desgostos de amores passados que te fazem memórias. São as vísceras da paixão, prenúncios de benquerença que te marcam o sono.
A quem disseste que amas? Quem é que te amou?

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